sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O amanhã?!

Os dias passam, e parece-me que no horizonte não descortino sombras de esperança. Sinto-me quase como que um robot, executando tarefas quotidianas, repetindo sempre as mesmas coisas, vendo sempre as mesmas noticias. Posso passar por uma existencia que só me cobre obrigações???
Dou comigo a pensar na palavra TENHO. E logo de seguida vem uma enorme lista de tarefas, de obrigações. Tenho. Mas tenho o quê?
Os outros não têem também obrigações? Alguns...sim.
Dizem: Somos fruto desta sociedade. Uma sociedade de consumismo, onde o EU era superior a todos os valores. Esta mesma sociedade que nos colocou na posição ingrata em que nos encontramos. E lá tenho que pensar outra vez em alternativas para conseguir contornar a crise. Tenho que cortar naquela despesa, tenho que evitar comprar algo, tenho que me remediar com o que tenho, tenho que permitir que me cortem no ordenado, tenho que ensinar os meus filhos que se já antes lhes fazia ver a realidade, agora ainda vai ser pior. Tenho que protestar contra estas politicas que só sobrecarregam quem trabalha, quem não tem meios de poder fugir ás finanças e a todas as manobras que estão ao dispôr dos sucessivos governos para cobrarem mais impostos. Será que tudo é licito? Porque se castiga quem trabalha? E os que não querem trabalhar? Têm que usufruir dos meus descontos? Tenho vontade de não ser mais vez nenhuma cidadã eleitora, mas depois penso: Foi um direito que as mulheres conseguiram, então, tenho de votar, nem que seja pelo voto do descontentamento.
Tenho vontade de acreditar que estes momentos de descontentamento, de ansiedade que hoje algumas pessoas passam, pois não são todas, serão uma preparação para um futuro melhor, mas como tal será possivel, se a geração ou as gerações  a seguir á minha não se prepararam para enfrentar esta tempestade?
Sem duvida alguma que se apostou bastante na formação das pessoas, mas a todos os niveis?
 Penso que não. Porque se tal tivesse acontecido, hoje não estaríamos como estamos.
É preciso uma mentalização de que todos temos a obrigação de contribuir para uma evolução positiva da sociedade, mas para se atingir esse patamar, que de alguma forma de reveste de muita utopia, o ser humano terá que evoluir na sua escala de valores, de principios, fundamentando-os em praticas racionais quer para ele proprio, quer para com o meio ambiente.
Continuarei os meus dias a pensar na palavra TENHO e acredito que este meu eu, este meu pensamento passará na cabeça de muitos de nós, que sendo cidadãos conscientes, temos sem duvida alguma noção de que estasmos a contribuir quer de forma voluntária ou não, para tapar um enorme buraco, com os nossos euros, mas que ao nosso lado, ainda há aqueles que sorriem para a crise e julgo que até vão ter inteligencia para saberem tirar partido dela.
Que mais nos irá acontecer...se segundo a Troika, o pior ainda está para vir?
Tenho......e um infinito de pensamentos passa pela minha cabeça e se calhar nada passa por ela do que vai acontecer.